Descobrir

História

Descoberta

A nível histórico, acredita-se que o nome da ilha se deve ao facto de os primeiros navegadores terem desembarcado nela no dia 15 de agosto, dia de Assunção de Nossa Senhora. Vila do Porto foi o primeiro lugar dos Açores a receber o foral de vila, sendo por isso considerada a primeira vila dos Açores. Este facto deu-se no século XV, pouco tempo após o seu descobrimento, que ocorreu entre finais da década de 1420 e o ano de 1432, apontando-se este último como o mais provável.





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Origem
Apesar de não haver consenso sobre a origem dos/as primeiros/as povoadores/as, acredita-se que tenham origens no Alentejo, Beiras e Algarve, os/as quais vieram habitar a ilha sob o comando de Gonçalo Velho Cabral. Presume-se que o povoamento foi definitivo por volta de 1440 e que em 1493, Cristóvão Colombo tenha aportado à ilha no regresso da sua primeira viagem à América, assistindo à missa na Ermida de Nossa Senhora dos Anjos, em cumprimento de uma promessa feita em alto-mar.

Economia

Durante o século XVI a economia da ilha baseou-se na apanha e exportação de pastel, urzela e trigo, não havendo registos suficientes que confirmem que o pastel e a urzela tenham tido grande expressão na atividade comercial do século XVII. Neste período, e além do trigo e cevada, existem acórdãos da Câmara que registam a exportação de couros, almagre, barro, loiça de barro de maior porte, telha, cal, vinho e, ocasionalmente, peixe. É razoável considerar que uma parte significativa do trigo produzido nos Açores tivesse como destino as praças portuguesas no Norte de África. Existem referências documentais que indicam o seu embarque para Mazagão. Há registos de que Santa Maria importava sal, azeite e ferro, e em anos de escassez de produção local, importava trigo e vinho.


Corsários


Os ataques de corsários e piratas a Vila do Porto e a outras localidades da ilha eram frequentes, que apesar das fortificações construídas nos séculos XVI e XVII e XVIII, entravam na ilha de uma forma violenta, roubando os pertences de maior valor, como alimentos, e levando os/as habitantes como cativos/as e reféns.

Esta situação levou a que no início do século XVIII, a Câmara por proposta do Capitão-mor Manuel Fragoso Delgado, deliberasse efetuar obras de melhoria e reforço de artilharia nas fortificações existentes e construir outras novas em outros locais da costa da ilha. Mais tarde, entre 1737 e 1741 foi construído o Castelo de Nossa Senhora dos Anjos, para defesa daquela baía, por ordem do Dr. Manuel Luiz Pereira de Melo, Corregedor da ilha de Santa Maria.



Durante os séculos XVIII e quase todo o primeiro quartel do século XIX, continuaram a persistir ataques de corsários da Barbária. Existem registos documentais de que durante grande parte do século XVIII, os corsários da Barbária continuaram a fazer cativos/as em todas as ilhas dos Açores, e não só, muitos/as deles/as foram resgatados/as, e constam das respetivas listas de resgate.

Também nos séculos XVIII e primeiro quartel do século XIX passou a ser frequente a passagem na proximidade da ilha de Santa Maria, nomeadamente pela costa sul, das frotas espanholas com origem nas possessões espanholas do Pacífico e de toda a América espanhola. Estas frotas, carregadas de mercadorias valiosas, atraíam para a proximidade das ilhas, corsários da Barbária e de outras nações inimigas, que as aguardavam para tentar atacar e saquear, fazendo também incursões nas ilhas. Esta circunstância causava uma forte pressão sobre as defesas e vigias da ilha de Santa Maria para um eventual ataque e o sobressalto das populações.

Neste mesmo período, encontram-se registados documentalmente alguns ataques por corsários à ilha de Santa Maria, entre eles, o ataque e saque à primitiva Ermida da Boa Morte (por corsários da Barbária); o ataque por corsários argentinos à Fajã da Maia, e um outro ataque intentado por corsários espanhóis a Vila do Porto. A proximidade da passagem destas frotas pela ilha de Santa Maria levava a que por vezes, alguns dos seus navios tentassem aportar a terra para obter água fresca, uma vez que a viagem até Cádis, o principal porto de destino destas frotas, durava em média mais cerca de 15 dias, constituindo também uma grande ameaça.

Também neste período se regista a Guerra Civil (1829-1832), que opôs Absolutistas e Liberais, tendo alguns dos seus naturais participado em Portugal no desembarque do Mindelo e no cerco à cidade do Porto, acontecimentos que levaram à derrota do partido Absolutista. Já no século XX, no ano de 1901, Vila do Porto recebeu a visita régia de D. Carlos I de Portugal e de Dona Amélia.

No ano de 1908, quando ainda vigorava o regime monárquico em Portugal, o partido Republicano elegeu em Vila do Porto a sua primeira Câmara Municipal açoriana.

Em 1944, inaugurou-se o aeroporto local que veio desempenhar um importante papel estratégico nos últimos momentos da Segunda Guerra Mundial e que se tornou em escala obrigatória das rotas aéreas transatlânticas, imprimindo uma nova dinâmica ao concelho.

Atualmente, apesar de se assistir a uma redução do movimento do aeroporto, Santa Maria é tida em consideração para projetos de âmbito aeroespacial, prevendo-se investimentos nesta área e na área das novas tecnologias e comunicações.