Na Praia Formosa, viviam um pescador e o seu filho. Nas noites de lua cheia tinham por hábito sentarem-se à porta de casa para ver o mar. Por vezes ouviam uma voz muito bonita.
O pai dizia que era a voz de sereias, mas que era preciso fugir delas, pois enfeitiçavam os homens com o seu canto e levavam-nos para o fundo do mar.
Não prestando atenção aos avisos do pai, o jovem foi para junto da praia ouvir o canto das sereias, escondido atrás de um penedo. As horas foram-se passando e o homem, cansado de esperar, foi-se embora. Na mesma altura começaram a aproximar-se da praia raparigas lindas, metade peixe e metade mulher. Eram as sereias. A sua beleza, o seu cantar suave e a forma como dançavam encantaram o jovem e, sem se conseguir conter, correu pela praia para apanhar alguma sereia. Mas elas fugiram e atiraram-se ao mar, á exceção de uma que foi apanhada pelo jovem.
A jovem contorcia o seu corpo para se libertar, mas o jovem deu uma pancada seca na nuca da sereia e esta desmaiou. Com isto, a sereia perdeu a sua forma de peixe e transformou-se numa linda mulher.
O jovem apaixonou-se de imediato e levou-a para casa, casou-se com ela e foram viver para Almagreira.
Reza a lenda que muitas das mulheres de Almagreira descendem daquela bela sereia.